Você acredita em AMIGO BICHO?

Desde que eu me lembro eu sempre fui uma menina que teve de tudo, morou em apartamento, tirando dois breves momentos na minha vida em que morei em duas casas, uma que eu me lembro por fotografia e outra por experiência. O que eu quero demonstrar com isso não é que eu sou mimada, porque não sou, nem um pouco, o que quero demonstrar simplesmente é que sempre fui muito URBANA e fui a típica criança de apartamento.

Na verdade, tenho muito orgulho de falar que fiz parte de uma das primeiras gerações de crianças criadas na Barra da Tijuca em condomínios e AMEI essa infância.

Sendo assim, como morávamos: eu, minha irmã, minha mãe e meu pai em um apartamento de 2 quartos no Novo Leblon nunca, NUNCA mesmo passou pela dos meus pais de termos um CACHORRO (CLAAAROOO!!!). Eu, é claro, como qualquer criança, cheguei a querer em algumas ocasiões, mas na verdade eu tinha verdadeiro PAVOR de cachorro até muito pouco tempo atrás. Meu pai gostava de passaros, e chegou a ter canários em casa, e se eu contar para vcs que quando os bichanos morriam eu chorava, fazia enterro não estou exagerando, lembro como se fosse hoje.

Até que um belo dia, como em cidade pequena tem cachorro andando pelas ruas, no Novo Leblon tinham gatos e filhotinhos andando pelos prédios, coisa que acontece até hoje. Foi ai que eu e minha amigas formamos o clubinho dos Gatos, cada uma apadrinhava um gato e levava para casa para passar uma noite porque era muito filhotinho e não tinha quem cuidasse. Foi assim que conhecemos a nossa primeira Gata a Paty, uma Gata Preta arisca como só e que ficou conosco muito pouco tempo, fugindo pelo buraco do ar condicionado num dia de tempestade, já que morávamos no primeiro andar e ela SEMPRE se aventurava pela vizinhança.

Depois disso, um casal de amigos dos meus pais, que sempre teve gatos (plural) achou que éramos perfeitas candidatas para ganharmos a Lila uma Siamesa muito cheia de personalidade que veio para agitar a nossa casa. A Lila também precisava de companhia e de um namorado, então, alguns anos depois da sua chegada o mesmo casal nos deu o Bil, esse cara Bonitão que aparece ai na Foto. Falei sobre a Lila aqui quando ela morreu de cancer de mama há uns anos atrás e ontem o Bil partiu para fazer companhia para ela.

Antes de ter os três gatos que chamo de "meus" considerava o Bil "meu" gato, porque quando eu tinha 18 anos de idade e precisávamos de um namorado para a Lila fui eu que fui buscar o Bil e trouxe ele para morar conosco. O Bil sempre foi carinhoso, engraçado, sim um gato engraçado, e LINDO!

Hoje de manhã quando eu acordei e pensei, ou melhor, suspirei: "não tem mais Bil", faltou, faltou um pedaço, faltou, como há muito, ou como eu nunca tinha sentido.

Quem não tem um Amigo Bicho vai achar isso doido, mas pense que você passou 16 anos da sua vida com um ser, eu dividi convívios, relações, acontecimentos. Minha família dividiu (momentos) e se dividiu e o Bil estava lá. Eu fui e voltei para casa (algumas vezes) e o Bil estava lá.

Se você não entende isso, não sei o que falar, só sei, que eu tenho um Amigo Bicho e já tive alguns e pretendo ter muitos!